Ciência, lógica, antropologia, mitos, sonhos, universos e outras dimensões
segunda-feira, 30 de abril de 2007
Branas para leigos como eu
A nossa história começa quando os físicos no meio do século XX tentam unificar duas teorias: a da relatividade e a quântica. Uma explica com perfeição as forças que agem em nosso dia-a-dia e no mundo macro. A outra, pode ser aplicada apenas na dimensão dos átomos. Einstein morreu sem conseguir decifrar o enigma que durante muitos anos atormentou gerações de físicos.
Nesta busca do Santo Graal unificador, surgiu o Modelo Padrão, que conseguia juntar, a grosso modo, partículas fundamentais como eletromagnetismo e cromodinâmica quântica, mas falhava miseravelmente ao tentar colocar no caldeirão outra força indispensável que é a gravidade.
Daí surgiu a Teoria das Cordas. Saem de cena as partículas e entram as cordas (ou filamentos). A idéia central é que tudo no universo, inclusive eletricidade e gravidade, tem origem a partir de pequenas e vibrantes fibras de energias. Dentro do quark, que seria a menor partícula, existiriam as cordas.
Essas cordas vibram em diferentes freqüências formando inúmeros padrões que vão criar as partículas fundamentais que conhecemos na natureza. Ou seja: tudo no universo, toda a matéria, teria como base as cordas.
Porém, a partir deste conceito, surgiram muitas teorias no estilo "mais do mesmo". Para colocar ordem, veio a solução unificadora que perdura até hoje: a teoria M. Claro que mais portas heterodoxas foram abertas para acomodar este raciocínio. Para tudo fazer sentido e as equações matemáticas baterem, precisamos de 11 dimensões. Isso mesmo: onze!
Em nosso mundo conhecemos três dimensões: esquerda-direita (largura), frente e atrás (profundidade) e em cima e embaixo (altura). As demais dimensões não poderiam ser vistas por nós. Porém, as idéias bizarras não terminaram por aí.
Ainda dentro da teoria M, algumas cordas aumentam de tamanho de maneira gigantesca formando membranas, que foram rebatizadas de Branas. Uma brana pode ser tridimensional ou até ter mais dimensões. Segurem-se que agora vem a parte radical: algumas têm tanta energia e crescem tanto que viram um universo...
No filme Universo Elegante, baseado na obra do físico Brian Greene (que também apresenta o documentário), há uma imagem muito boa que reproduzo também aqui: imaginem um pão de forma fatiado. Cada fatia destas seria uma brana com um universo próprio. Teríamos, portanto, vários universos e seríamos parte de um deles.
As partículas de cada universo não conseguiriam atravessar as branas (com exceção da gravidade, que veremos mais adiante). Portanto, não existe uma ligação possível entre um universo e outro. A partir desta idéia, surge outra possibilidade: o choque entre as branas poderia dar início ao Big Bang. Também neste caso a teoria não conseguiu fechar todas as pontas e os físico e matemáticos ainda precisam gastar mais fosfato para encontrar uma solução satisfatória. De qualquer maneira, isso explicaria o que causou a tal explosão fundamental, o que existia antes dela e deixa no ar uma questão inquietante: poderíamos a qualquer momento ser vítimas de outro choque de branas e explodirmos em novo Big Bang. Radical, não?
Agora a questão de um milhão de dólares: como provar tudo isso? Por enquanto, só temos uma bela teoria. Porém, nada foi comprovado de maneira cartesiana, o que causa um embaraço desgraçado no meio científico. Algumas possibilidades estão sendo tentadas no acelerador de partículas Fermilab, nos EUA, e outras tantas vão ser testadas no maior acelerador de todos que está sendo construído na Europa e deve funcionar até o final de 2007. O CERN será 7 vezes mais potente que seu "co-irmão" americano.
Uma pista seguida por nossos "físicos CSI" é a gravidade. Das forças fundamentais da física a que sempre intrigou os físicos era a gravidade e sua discrepância frente ao eletromagnetismo. Ninguém sabia o motivo pelo qual a gravidade era mais fraca. Agora, com a Teoria M pode existir uma explicação. Como tudo é feito de cordas, a gravidade teria o graviton como seu filamento base. Diferentemente de outras cordas, esta seria fechada e solta. Não ficaria presa à brana como as demais. Ou seja: poderia fluir de uma brana para a outra. Com isso a força da gravidade seria menor porque ficaria diluída em outros universos. Alguns gostam de extrapolar e sonham com comunicação por ondas gravitacionais entre os universos...
Mas voltando aos experimentos científicos, a primeira possibilidade é ver se em choque de partículas a força conhecida como graviton some. Se desaparecer, isso pode indicar que foi para outro universo ou dimensão. Uma prova circunstancial como essa diminuíria um pouco o ceticismo quanto à Teoria M.
Outro experimento é encontrar a supersimetria que também faz parte central da teoria M. Para cada partícula subatômica (elétron, próton, gravitons, fóton) deve existir um parceiro muito mais pesado chamado sparticle (ou superparceiras). Um elétron, por exemplo, teria um Selétron como companheiro de simetria. Como os sparticles são muito pesados, os aceleradores de partículas atuais não conseguem vê-los, mas o CERN poderá revelar isso.
Se tudo isso der errado? Bom, com certeza será o maior fiasco científico de todos os tempos. Contudo, todos os envolvidos, em maior ou menor grau, concordam que será uma surpresa se as sofisticadas teorias matemáticas que compõem a Teoria das Cordas, a Teoria M e as branas não se provarem corretas. De qualquer forma, a única certeza, pegando emprestada outra imagem do documentário, é que o Universo poderá ser mais estranho do que qualquer um já imaginou.
Alguns links interessantes:
Entrevista com a física Lisa Randall
Marcelo Glesiser e a Teoria das Cordas
Resenha da revista Ciência Hoje sobre o livro Universo Elegante
You tube tem alguns dos capítulos da série Universo Elegante, mas sem legendas
DVD-R da série Universo Elegante e com legendas pode ser comprado no Brasil
LHC (o acelerador do CERN) é explicado de forma didática no site do Rede Nacional de Ensino e Pesquisa
Pesquise no Buscapé preços de livros de Marcelo Gleiser, Lisa Randall, da obra Universo Elegante e demais publicações sobre a teoria das cordas
Teorias das cordas - uma entrevista
Há pelo menos 80 anos, tem-se buscado o ‘graal’ da física moderna: a unificação da gravitação com as outras três forças fundamentais do universo – a eletromagnética, que atua entre cargas elétricas e responde, por exemplo, pelo atrito entre os corpos; a forte, que mantém os núcleos atômicos coesos; e a fraca, que está por trás de certos fenômenos radioativos. O melhor candidato da atualidade para esse posto é a teoria de supercordas, que postula que as partículas fundamentais que compõem a matéria são, na verdade, vibrações de uma entidade física com dimensões minúsculas (10-33 cm), a corda. O prefixo ‘super’, no caso, significa supersimetria, ou seja, cada partícula (elétrons, quarks, neutrinos etc.) teria um parceiro, a partícula supersimétrica. Em 1999, essa busca pelo que se convencionou chamar ‘teoria de todas as coisas’ ganhou velocidade com a publicação de dois artigos da física norte-americana Lisa Randall e de seu colega Raman Sundrum. Os trabalhos de Randall tornaram-se os mais citados da física teórica dos últimos cinco anos. Randall é também uma ativa divulgadora de ciência. Seu primeiro e único livro de divulgação, Warped passages: unraveling the mysteries of the universe’s hidden dimensions (‘Passagens distorcidas: desvendando os mistérios das dimensões ocultas do universo’, ainda sem tradução), trata da possibilidade de o universo ter mais de três dimensões espaciais. Professora catedrática da Universidade Harvard (Estados Unidos), Randall esteve no Rio de Janeiro no mês passado para dar uma série de palestras. Confira a entrevista exclusiva concedida à Ciência Hoje. Por Fred Furtado e Cássio Leite Vieira
Na teoria de supercordas, o universo tem mais que as três dimensões espaciais nas quais vivemos. Onde estão as demais?
Essa questão é alvo de intensa pesquisa atualmente.
Por cerca de 80 anos, acreditou-se que elas tivessem
de ser muito pequenas – tão pequenas a ponto de
não podermos enxergá-las – e dobradas de modo simples
ou complexo. Também se descobriu que há a
possibilidade de as dimensões extras estarem extremamente
distorcidas ou curvadas, de forma que,
mesmo se elas forem infinitas, não as consigamos
ver. Ou seja, elas estão escondidas de uma maneira
que não afeta a escala na qual são feitos os experimentos
até agora. Isso não significa que, no futuro,
essas dimensões não poderão ser detectadas.
Por que a teoria necessita de dimensões extras?
Todos querem uma resposta fácil para essa pergunta,
mas ela é sutil. Essencialmente, a teoria seria
instável sem essas dimensões extras. Dito de outro
modo, não conseguiríamos fazer os cálculos necessários,
e ela, portanto, não faria sentido.
Por que 10 dimensões espaciais?
No início, pensava-se que eram nove. Agora, no entanto,
já se acha que talvez sejam 10. Mas isso depende
de a interação das cordas ser muito forte ou
muito fraca. Em outras palavras, às vezes uma teoria
de 10 dimensões é equivalente a outra de 11, mas
com outros valores de parâmetro. Agora, o porquê
desse número específico se deve a um fato matemático:
é o único que faz sentido para a teoria.
E por que só uma dimensão é temporal?
Na teoria das supercordas, já se considerou mais de
uma, mas a questão é que, de novo, esse tipo de teoria
é instável. Parte da razão para isso é intuitiva: se
houver mais de um tempo, nossas noções de física se
desfazem, e ocorre todo tipo de paradoxo.
Como se pode obter evidência direta da existência
dessas dimensões extras?
Há duas maneiras. A primeira tem a ver com o fato
de que a gravidade parecerá diferente em certas escalas
de energia. Ou seja, se elas existirem, a gravidade
poderia se espalhar por mais dimensões espaciais,
além das três conhecidas, e a maneira como
ela, a gravidade, varia segundo a distância depende
disso. A segunda maneira abrange as partículas fundamentais,
que, ao se moverem por essas novas dimensões,
apareceriam para nós como novos tipos de
partículas cujas massas dependeriam da geometria
desse espaço multidimensional.
Quando se menciona dimensões extras, as pessoas
costumam pensar em universos paralelos, terras
alternativas etc. Elas são as mesmas coisas?
Já dei muitas palestras públicas e, realmente, as pessoas
fazem todo tipo de pergunta. Muitas delas parecem
querer que seus problemas sejam resolvidos
pelas dimensões extras. Mas o que nós, físicos, fazemos
é tentar ver quais teorias são consistentes com
as leis da física que conhecemos. Algumas pessoas
acreditam na chance de existirem universos paralelos.
Pessoalmente, acho isso improvável. Contudo, o
conceito de universos paralelos existe na física, mas
com um sentido diferente: o de que poderia haver
universos completamente diferentes do nosso, existindo
em algum lugar das outras dimensões. Eles
teriam uma química e uma física totalmente diferentes
das nossas. É uma possibilidade real, caso
haja dimensões extras.
A senhora e o físico Raman Sundrum escreveram
um artigo em 1999 que se tornou um clássico
da teoria das supercordas e talvez seja o trabalho
mais citado desse novo campo. A senhora poderia
explicar as idéias por trás desse estudo?
Na verdade, tivemos dois artigos que ficaram famosos.
Um deles, que era mais relacionado à teoria das
supercordas, abordava uma maneira pela qual uma
dimensão extra poderia estar oculta. Mostramos que
se pode ter uma dimensão extra mesmo infinita em
tamanho, se o espaço-tempo [uno quadridimensional,
que reúne as três dimensões espaciais e o tempo,
sendo este a quarta dimensão] for curvado ou distorcido
de uma determinada maneira. O que descobrimos,
um pouco acidentalmente, foi que, em uma
configuração específica do espaço extradimensional,
a gravidade está localizada em uma região diminuta.
Mesmo que, em princípio, a gravidade pudesse
estar em qualquer lugar, na prática ela estaria
altamente concentrada, tão concentrada a ponto de
parecer que há menos dimensões do que realmente
há, pois ela não estaria se espalhando para as outras.
A teoria das supercordas implica a supersimetria.
Isso quer dizer que haverá diversas novas
partículas. Cada partícula hoje conhecida teria um
parceiro supersimétrico. Qual dessas a senhora
acredita que será a primeira a ser detectada pelo
LHC [Grande Acelerador de Hádrons] em 2007?
Primeiramente, não temos certeza de que qualquer
parceiro supersimétrico das partículas que conhecemos
atualmente será descoberto pelo LHC. A razão
é a escala na qual a supersimetria se ‘quebra’
[não se manifesta]. Se isso ocorrer em um nível de
energia alto, as novas partículas serão muito pesadas
para ser observadas no LHC. Mas pode ser que
elas sejam relativamente leves. Nesse caso, as mais
prováveis de serem detectadas são aquelas que têm
interações fortes, como os gluínos, os parceiros supersimétricos
dos glúons, que são mediadores da força
forte nuclear, ou os squarks, parceiros supersimétricos
dos quarks [estes formam, por exemplo, os
prótons e os nêutrons].
Em sua primeira conferência, a senhora mencionou
as branas. O que são elas e como interagem
com o conceito de múltiplas dimensões?
Uma brana – cujo nome vem de membrana – pode
ser uma superfície de poucas dimensões em um espaço
de muitas dimensões. Por exemplo, apesar de
existirem quatro dimensões espaciais, pode ser que
as partículas que conheçamos, como os quarks e os
léptons, estejam limitadas a apenas três delas. Ou
seja, talvez todas as forças, com exceção da gravitação,
só possam ser encontradas nessa brana.
Então, pode haver várias branas?
Sim, mas ainda não temos a resposta. De fato, acho
que isso é uma das coisas frustrantes para os que não
trabalham com física: há muitas possibilidades. Na
verdade, é um pouco frustrante para nós, físicos, também,
mas só começamos a pensar nisso recentemente,
por isso é importante explorar todas as opções.
A senhora explicou em sua conferência, no Rio,
que nós habitaríamos uma brana, enquanto
a gravitação estaria em outra, digamos, paralela.
Quão distantes elas estariam uma da outra?
O intervalo entre as duas é extremamente pequeno.
É bem próximo da chamada escala de Planck [homenagem
ao físico alemão Max Planck (1858-1947)],
uma escala de energia na qual a gravitação é forte.
Isso quer dizer que a distância é de apenas 10-31 cm.
Pode parecer que, por ser tão pequena, essa distância
não tenha qualquer conseqüência, mas o fato é
que ela tem: a gravidade muda radicalmente quando
se vai de uma brana para a outra, tornando-se
exponencialmente mais fraca.
Esse efeito é linear? Se houver outra brana
após a nossa, a gravitação seria mais fraca ainda?
Sim, exponencialmente mais fraca. O que ocorreria,
na verdade, é que as massas se tornariam mais
leves, o que, no final das contas, tem o mesmo efeito,
pois a gravitação está relacionada a quão pesadas ou
energéticas são as coisas.
Então, a razão pela qual a gravitação
é mais fraca é o fato de o gráviton, a partícula
que mede essa força, ‘habitar’ outra brana?
Isso é mais ou menos correto. O que acontece é que
a gravitação é, em realidade, parte do espaço-tempo
de cinco dimensões, mas nós pensamos que vivemos
em quatro dimensões, três espaciais e uma temporal.
Logo, a gravitação que sentimos em nosso universo
é apenas a projeção, em menos dimensões, da
força original, que habita essa outra brana.
Einstein publicou sua teoria da relatividade geral
em 1916. Na década de 1920, surgiram as primeiras
teorias em que se propunha uma dimensão
espacial extra. Por um tempo, chegou-se a acreditar
que elas unificavam o eletromagnetismo
e a gravidade. Entretanto, isso não se mostrou
verdadeiro. Por que tem sido tão difícil unificar
as quatro forças do universo desde então?
A gravitação é um pouco diferente porque a escala
de energia em que ela pode ser unificada é distinta
daquela na qual as outras forças se unificam. No
entanto, no contexto das dimensões extras, isso pode
acontecer. Um dos problemas é que, com a unificação,
espera-se o surgimento de novas forças e partículas,
que não conseguimos detectar. Outra dificuldade
é explicar como se pode ter diferentes massas
para diferentes partículas.
Que tipo de descoberta do LHC traria o selo
de ‘aprovado’ para a sua teoria e a de supercordas?
As supercordas não serão comprovadas com o LHC,
mas a supersimetria talvez seja, se formos capazes
de ver os parceiros supersimétricos de partículas
conhecidas. Se minha teoria sobre a baixa intensidade
da força gravitacional estiver correta, então poderemos
detectar partículas de Kaluza-Klein, que
são os parceiros do gráviton, que viajam pelas dimensões
extras. De fato, é possível que o glúon também
se propague por essas dimensões. Nesse caso,
ele também teria um parceiro passível de detecção.
Esse cenário é parte do meu trabalho atual.
O universo está inundado por componentes
estranhos chamados matéria e energia escuras.
Sua teoria explicaria esses mistérios?
A matéria escura é mais fácil de entender nessas
teorias. Na supersimetria, esse componente poderia
ser a partícula supersimétrica mais leve. Se há dimensões
extras, então há vários candidatos para o
papel de matéria escura. Quanto à energia escura,
ninguém ainda entende bem o que ela é. Eu gostaria
de ver uma explicação que levasse em conta dimensões
extras, mas ela ainda é um mistério.
Unificar as quatro forças fundamentais
do universo significa, de certo modo,
unificar a relatividade geral, uma teoria para
a escala do macro, com a mecânica quântica,
a teoria do micro. O físico Roger Penrose afirma que,
para que isso ocorra, a mecânica quântica terá
que ser modificada. Já o físico Stephen Hawking
defende que a alteração deverá ser na relatividade.
Qual a sua opinião?
Creio que é certo que, uma vez que se chegue a altos
níveis de energia, a gravitação será modificada. Isso
é algo que estamos considerando, por exemplo, no
contexto de buracos negros e espaço distorcido: há
casos em que a gravitação se comporta de maneira
distinta. No caso da mecânica quântica, não vejo uma
razão pela qual ela teria de mudar.
Site da revista Ciência Hoje
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Marcelo Gleiser escreve sobre a teoria das cordas
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domingo, 29 de abril de 2007
Um brejo chamado Brasil
A luz os deslumbra
EM CORO EMBEVECIDO , clama a saparia dos comentaristas econômicos: "Nunca foi tão bom!" - "Foi!" - "Não foi!" - "Foi!". No charco tristonho e escuro, a economia cresce menos que o mundo, que os emergentes, os latinos, os africanos, lenta e pálida como a flor da noite. No entanto, "enfunando os papos, saem da penumbra [...] os sapos. A luz os deslumbra". Que luz será essa? A taxa de juros mais alta do planeta, em nível incompatível com a expansão da produção e do investimento? A de câmbio, que só perdeu neste ano para a da Austrália em termos de apreciação, deixando para trás chineses, indianos, japoneses e outros povos vagarosos? A de investimento, que mergulhou à fundura de 16%, um dos pontos mais baixos de nossa história? A do aumento do volume de exportação de manufaturados, que escorregou de 26% em 2004 para 11% em 2005 e apenas 2% em 2006, indicando o triste fim que nos espera?
O brilho que ofusca os batráquios e faz cantar as pererecas não tem nada a ver com a luzinha pisca-pisca de uma economia real mergulhada no lusco-fusco. Esta acende e apaga como os vaga-lumes de que falava Fernand Braudel: brilham, mas não indicam o caminho. Os fachos sulfurosos que por intervalos varrem o pântano provêm do fogo-fátuo da economia faz-de-conta do mercado financeiro: a queda dos pontos de risco, a miragem do grau de investimento, os fluxos de capitais de arbitragem atraídos pelos juros altos e a moeda valorizada.
Da mesma forma que o obsceno delírio das Bolsas quando empresas demitem milhares de empregados, os vampiros do mercado mal disfarçam a excitação com que, deliciados, saboreiam as quedas do dólar. Para eles, a desindustrialização não tem importância, o real apreciado é um problema positivo. Por que será que nenhum comentou o estudo da Carta do Iedi de março (www.iedi.org.br) mostrando que só nove, de 34 setores industriais, não registraram sensíveis reduções no valor agregado?
Ninguém terá achado sugestivo que quase todas essas exceções se concentram nas áreas extrativas e similares, não na indústria de transformação? Por que o silêncio com que se acolhe a notícia de que os segmentos de alta e média tecnologia (eletroeletrônicos, automobilístico, químicos) sofreram perdas de valor adicionado que chegam a 50%? Quantos jornais deram destaque ao artigo de 16 de abril do "Herald Tribune" sobre as milhares de demissões anunciadas por multinacionais no Brasil? Algum meio de imprensa preocupou-se em publicar reportagens "de interesse humano" sobre o laborioso Vale dos Sinos gaúcho, que teve, em 2006, perdas de emprego de 5,4% no vestuário, 13,2% em calçados, 6,9% em máquinas e equipamentos, com mais de 4.000 demissões adicionais nos primeiros meses deste ano?
Enquanto isso, no brejão do Banco Central, bradam os sapos-tanoeiros: "A grande arte é como lavor de joalheiro". Na partitura do Cecom, não é preciso mudar nada: é preciso apenas que seja uma canção bem martelada. Crescer, para quê, se, no fim do dia, os juros pingam gordos? Emprego? É coisa pra chinês, que só come uma vez por mês. Eufórica, entoa a orquestra hilária: "Não há mais economia, Mas há meta inflacionária...."
Para melhor nutrir as tripas, o manguezal é loteado em 38 minicharcos pelos sapos-pipas. Em brado que o Planalto todo aterra, o barbudo sapo-boi raivoso berra: "Neste lamaçal, sou eu que impera!" - "Sou!" - "Não sou!" -"Sou!". Longe, bem longe dessa grita, 3,5 milhões de jovens de 16 a 24 anos, 45% da força de trabalho, não encontram emprego nem guarita. Quatro milhões já deixaram o país e, a cada ano, dos que partem, 150 mil têm diploma superior. Dobrou, de 95 a 2005, o número de desempregados jovens, um em cada cinco, uma em cada quatro das mulheres, 15,3% dos homens. As cifras deixam mudo, é natural, o coro dos sofistas, mas não são estranhas ao horror do crime, ao medo que nos corrói e nos habita. São esses "inúteis para o mercado", fugidos ao mundo, sem glória, sem fé, no perau profundo, que soluçam, transidos de frio, sapos-cururus da beira do rio... (Com as homenagens e os agradecimentos à involuntária colaboração de Manuel Bandeira).
RUBENS RICUPERO , 70, diretor da Faculdade de Economia da Faap e do Instituto Fernand Braudel de São Paulo, foi secretário-geral da Unctad (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento) e ministro da Fazenda.
sábado, 28 de abril de 2007
Lixo nuclear em casa
"Acho triste, mas tipicamente humano, que existam vastas burocracias preocupadas com os resíduos nucleares, organizações enormes dedicadas a desativar usinas nucleares, mas nada semelhante para lidar com o resíduo realmente maligno: o dióxido de carbono.
Mas não basta apresentar este argumento a favor de um uso maior da energia nuclear, porque a crença do grande público na nocividade dessa energia é forte demais para ser derrubada por um simples argumento. Por isso, ofereci-me em público para receber todos os resíduos de alto nível produzidos durante um ano por uma usina nuclear, que seriam depositados em meu pequeno terreno. Eles ocupariam um espaço de cerca de um metro cúbico e caberiam com segurança num fosso de concreto, e eu aproveitaria o calor do decaimento de seus elementos radioativos para aquecer minha casa. Seria um desperdício não fazê-lo. Mais importante, eu, minha família ou a vida selvagem não correríamos nenhum risco..."
"...Franklin Roosevelt disse uma frase memorável ao assumir a presidência em 1933: "Não temos nada a temer, a não ser o próprio medo". A maioria de nós tem medos irracionais que penetram furtivos na mente e provocam um estremecimento: o meu é de torrentes avassaladoras de água barrenta, de ver e ouvir uma muralha gigantesca de água se precipitando sobre mim..."
"Precisamos de fontes de energia livres de emissões imediatamente, e não há nenhum concorrente sério à fissão nuclear. Assim como superar nosso medo da energia nuclear?..."
"...Uma estimativa mais sólida e útil da segurança comparativa das diferentes fontes de energia vem do Instituto Paul Scherrer, na Suíça, em seu relatório de 2001. Eles examinaram todas as fontes de energia de larga escala do mundo para comparar seus históricos de segurança. Expressaram o perigo de cada uma em termos do número de mortos, de 1970 a 1992, por terrawatts/ano (twa) de energia produzida. Os resultados mostraram a seguinte seqüência: carvão (6400 mortos), hidroeletricidade (4 mil), gás (1200) e nuclear (31).
Achei espantosa a constatação de que a energia nuclear é a mais segura das fontes de larga escala..."
Leia outros posts sobre James Lovelock
Em Busca de mais energia
Um trecho de A vingança de Gaia
A tal de sustentabilidade
Pesquise no Buscapé preços de livros de James Lovelock
Um mês de Branas!
Por aqui a audiência veio de São Paulo, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Brasília, Goiânia, Porto Velho, Belo Horizonte, Uberlândia, Curitiba, Marialva, São Roque, Santo Antonio, Blumenau, Florianópolis, Santos, Campinas e de tantas outras cidades. Agradeço a todos pela paciência e disposição de ler os posts e aguardo os comentários para que possamos fazer um blog ainda melhor.
TKS!
sexta-feira, 27 de abril de 2007
Especial de sexta
MOYERS - O que acontece quando vc persegue a bem-aventurança?
CAMPBELL - Vc atinge a bem-aventurança. Na Idade Média, uma imagem predileta, que ocorre em muitos, muitos contextos, é a da roda da fortuna. Existe o eixo da roda e existe a borda da roda. Por exemplo, se vc estiver preso à borda da roda da fortuna, vc estará ou acima, no caminho descendente, ou abaixo, no caminho ascendente. Mas se estiver no eixo, vc estará no mesmo lugar o tempo todo, no centro. Este é o sentido do voto de casamento - eu aceito na saúde ou na doença, na riqueza ou na pobreza: no caminho ascendente ou descendente. Se eu a tomo como o meu centro, minha esposa é a minha bem-aventurança, não a riqueza que possa trazer-me, não o prestígio social, mas ela em si. Isso é que é perseguir a bem-aventurança.
MOYERS - De que modo poderíamos estabelecer contato com esse manancial da vida eterna, essa bem-aventurança que está exatamente aí?
CAMPBELL - Estamos vivendo o tempo todo experiências que podem, ocasionalmente, conduzir a isso, uma breve intuição de onde está nossa bem-aventurança. Agarre-a. Ninguém pode dizer-lhe o que será. Vc precisa aprender a reconhecer a sua própria profundidade....
... A maioria das pessoas se preocupa com outras coisas. Envolvem-se em atividades econômicas e políticas ou se deixam engajar numa guerra que não é aquela em que estavam interessadas; nessas circunstâncias é muito difícil manter-se fiel ao propósito essencial. Trata-se de uma técnica que cada um precisa desenvolver por sua própria conta.
Mas muitas pessoas que vivem naquela âmbito de interesses que podem ser chamadas de triviais possuem a capacidade, que apenas aguarda ser despertada, de progredirem na direção de um âmbito mais elevado. Eu sei disso. Vi acontecer com muitos estudantes.
Quando ensinava numa escola preparatória, para meninos, eu gostava de conversar com os que cogitavam sobre a carreira que pretendiam seguir. Um garoto se aproximava e perguntava: "Vc acha que eu posso ser escritor?". "Ah", eu dizia, " não sei. Vc é capaz de suportar dez anos de frustração, ninguém prestando atenção a vc, ou vc acha que vai escrever um best-seller logo na primeira tentativa? Se vc tem garra para perseverar no que realmente quer, não importa o que aconteça, então vá em frente."
Então aparecia o papai e dizia: "Não, vc deve estudar Direito, porque oferece muito mais perspectiva financeira, vc sabe". Bem, isso é a borda da roda, não o eixo; não é perseguir a bem-aventurança. Vc pretende se dedicar à fortuna ou à bem-aventurança?...
Extraído das páginas 125 e 126 de O Poder do Mito - Editora Palas Athena.
Leia post "Em busca da bem-aventurança"
Pesquise no Buscapé preços de livros de Joseph Campbell
quarta-feira, 25 de abril de 2007
O Segredo e os livros
Leia posts anteriores sobre O Segredo
Pesquise no Buscapé preços dos livros O Segredo e Peça e Será atendido
Além de quem somos nós
Pesquise no Buscapé preços do livro Além de quem somos nós
Compare também preços do DVD Quem Somos Nós
terça-feira, 24 de abril de 2007
Em busca da bem-aventurança
"Negar a própria “bem-aventurança”, como dizia o mitólogo norte-americano Joseph Campbell, ou tornar-se surdo diante dos apelos da alma pode trazer conseqüências até para o organismo. “Os conflitos internos vão aumentando, a pessoa é tomada pelo desânimo, depressão e cansaço, a energia pára de fluir – e isso explode num sintoma físico”, diz a psicóloga Regina Nanô. Irritabilidade excessiva, gastrite, constipação, enxaquecas ou infecções freqüentes... É preciso prestar atenção tanto no corpo quanto no coração: será que não estão dizendo à razão que é hora de recomeçar?"
"Se você passou boa parte de sua existência vivendo para os outros e sem contato consigo mesmo, o espanto será imenso: quem é essa pessoa? Porém, se aprendeu a respeitar seu dharma (termo hindu que designa nossa natureza autêntica, essa condição singular e única que nos faz ser quem somos), as perdas aparentes serão, na verdade, ganhos.
“O dharma não muda. A necessidade de mudança e de dizer adeus a pessoas e situações indica o quanto estamos nos afastando ou nos aproximando dele”, diz Carlos Eduardo Barbosa, estudioso da Índia e professor de sânscrito em São Paulo. Assim, quanto mais sintonia houver entre seu cotidiano e seu dharma, menos despedidas existirão. “Uma pessoa que age em coerência com seu chamado interior não precisa dizer adeus”, diz. Ela já vive a própria escolha, sempre. “A vida dá umas puxadinhas aqui e ali para que voltemos ao nosso caminho.”
Leia a reportagem completa
Joseph Campbell explica a bem-aventurança
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segunda-feira, 23 de abril de 2007
Um artigo...
"NINGUÉM em sã consciência é a favor do aborto, muito menos eu. Ser a favor da descriminalização do aborto não é ser a favor do aborto. Aliás, a descriminalização do aborto é um caminho para controlá-lo, diminuir sua incidência e também as mortes por ele causadas quando provocado em condições inadequadas que fizeram da mortalidade materna em adolescentes, no Brasil, uma das maiores do mundo.
Se existe algum criminoso responsável por um aborto, seguramente não é a mulher que o pratica. Em 50 anos de vida profissional não conheci sequer uma mulher que engravidou pelo prazer de abortar, mas posso apontar uma série de políticas distorcidas, de equívocos e displicências do poder público que levam criminosamente à tragédia do aborto provocado e outras conseqüências dramáticas da gravidez indesejada. A falta de educação reprodutiva nas escolas, a deseducação causada pela televisão e a não disponibilização de metodologias anticoncepcionais eficientes nos postos de saúde são algumas delas.
Todos esses desmandos são jogados para debaixo do tapete e se criminaliza, com falso moralismo, as mulheres que, em ato de desespero, o praticam."
" Portanto, festejo e apóio a coragem do ministro da Saúde, José Gomes Temporão, de tirar esse tabu do armário e colocá-lo em discussão preparatória de um plebiscito, pois ela não se restringirá às questões fundamentalistas, mas trará a público as causas (evitáveis) do aborto e seus verdadeiros responsáveis.
Chegar-se-á a uma conclusão: esse projeto deve ser acompanhado (o certo seria que fosse precedido) de ampla reformulação na atenção primária para que as mulheres possam encontrar, nos centros de saúde, fácil acesso e bom acolhimento, atendimento ginecológico integral que ofereça a cada uma o melhor método anticoncepcional, inclusive esterilização masculina e feminina, procedimentos legalizados desde 1995, mas não realizados pelos hospitais públicos.
Se a proposta de descriminalização não vier acompanhada dessas medidas, se estará fazendo do aborto um método de planejamento familiar ou, o que é pior, de controle da natalidade e, nessas condições, não faz sentido sequer termos um plebiscito."
Leia a íntegra do texto publicado na Folha de S. Paulo (só para assinantes)
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...e um livro
"Nassif compara as políticas e o enriquecimento meteórico do ministro da Fazenda, Rui Barbosa, durante o governo provisório logo após a Proclamação da República (1889-1891), e dos membros da equipe econômica do Plano Real, Gustavo Franco, André Lara Resende, Pérsio Arida, Edmar Bacha, Winston Fritsch, Pedro Malan etc. "
"A revelação nua e crua do Plano Real, como instrumento de acumulação de riqueza privada por um grupo privilegiado, evidencia, mais uma vez, a ausência de um projeto de desenvolvimento para o país. As decisões, aparentemente universais, mascaram os interesses de poucos. Isso nos leva ao segundo ponto. A decisão de aprofundar a integração financeira doméstica com o mercado de capitais internacional, mediante a entrada de investidores na Bovespa, na BM&F, nas captações externas de empresas e bancos, e na internacionalização da riqueza financeira dos endinheirados tupiniquins. "
"As decisões de política econômica e social, que contrariem os interesses dos mercados financeiros, podem desencadear fugas de capitais. As turbulências externas, que elevam a aversão ao risco, podem resultar em saídas dos capitais especulativos. Os preços das commodities ficam sujeitos às oscilações dos mercados financeiros e da economia internacional. A dinâmica doméstica fica condicionada pela externa. Trata-se, portanto, de uma aposta de alto risco e que beneficia a poucos. Os setores favorecidos possuem baixa propensão ao emprego. O povo não cabe no modelo. "
Link para a íntegra do texto (só para assinantes)
Paulo Henrique Amorim entrevista Luís Nassif e traz alguns trechos polêmicos do livro
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sábado, 21 de abril de 2007
O caibalion
E tem mais "...existem milhões e milhões de graus diferentes de vibração. Desde o corpúsculo e o elétron, desde o átomo e a molécula, até os mundos e universos, tudo está em movimento vibratório. Isso é verdade nos planos da energia e da força; nos planos mentais e também nos planos espirituais"
Bom, isso não lembra um pouco a teoria das cordas que vimos no post anterior? Não acho que seja uma mera coincidência. Ainda neste capítulo há referências sobre a vibração na consciência:
"...toda a manifestação do pensamento, emoção, raciocínio, vontade, desejo, qualquer condição ou estado, são acompanhados por vibrações, uma força das quais é expelida e tende a afetar a mente de outras pessoas por indução. Este é o princípio que produz os fenômenos de telepatia, influência mental, e outras formas de ação e do poder da mente"
Opa! Isso é Amit Goswami puro... Ele e sua Física da Alma baseada na física quântica e a influência na consciência (ver post). São duas coincidências muito significativas. Não é espantoso que fatos científicos revelados na nossa época já eram debatidos há milhares de anos! Quem sabe não estejamos próximos da tal verdade? A questão é se ainda nesta vida vamos conseguir uma resposta satisfatória. Pelo menos os indícios são promissores.
Leia outros posts sobre este assunto:
Lei da Atração - primeira parte
Lei da Atração 2
Alimente os Grandes Sonhos
Lei da Atração na prática
Você acredita na Lei da Atração?
Branas para leigos
Lei da Atração
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Tudo vibra
"Eis uma breve história das supercordas. Uma das questões mais complexas da física de altas energias é a estrutura dos prótons e de outras partículas parecidas. Prótons são compostos por três partículas menores, chamadas quarks.
O mistério é que ninguém vê quarks livres em experimentos, como vemos prótons ou elétrons. Quarks estão confinados nos prótons, como prisioneiros. Por que isso?
Alguns modelos supõem que os quarks estão ligados por tubos ou cordas. Quanto mais distantes os quarks, mais tensão nas cordas e, portanto, mais difícil é separá-los.
Em meados dos anos 1980, dois físicos resolveram usar essas cordas num projeto bem mais ambicioso. Não para confinar quarks nos prótons, mas como base de uma teoria que unificaria toda a física de altas energias. A idéia é que essas cordas vibram em freqüências diversas, da mesma forma que as cordas de violão.
Cada modo de vibração corresponde a uma energia e essa energia está associada a uma partícula fundamental. Portanto, elétrons seriam na verdade cordas minúsculas vibrando em certa frequência, quarks em outra e assim por diante.
Como em física de altas energias as forças entre as partículas também são partículas (por exemplo, a atração entre cargas elétricas é conseqüência de partículas chamadas fótons), essas cordas fundamentais unificam matéria e força: todas as partículas de matéria e as quatro forças, inclusive a gravidade, são reduzidas a cordas vibrando. É uma bela idéia que atraiu multidões de jovens teóricos."
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Branas para leigos
Lei da Atração
sexta-feira, 20 de abril de 2007
Enfim, Branas
Abaixo alguns links interessantes:
Branas para leigos como eu
Entrevista com a física Lisa Randall
Marcelo Gleiser escreve sobre a teoria das cordas
Resenha da revista Ciência Hoje sobre o livro Universo Elegante
You tube tem alguns dos capítulos da série Universo Elegante, mas sem legendas
DVD-R da série Universo Elegante e com legendas pode ser comprado no Brasil
LHC é explicado de forma didática no site do Rede Nacional de Ensino e Pesquisa
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quarta-feira, 18 de abril de 2007
Uma festa pagã
Descriminalizar o aborto
"A questão não pode e não deve ser reduzida ao embate maniqueísta daqueles que, diante do tema aborto, são "contra" ou "a favor". O aborto é um gravíssimo problema de saúde pública e deve ser enfrentado fora do âmbito das políticas repressivas, excludentes, fortalecedoras da violência e reprodutoras de dor e sofrimento. "
"É inegável que o aborto não é um evento desejável e que tudo deve ser feito para evitar a gravidez indesejada. Mas o enfrentamento do problema deve ser fixado exclusivamente no âmbito das políticas públicas de saúde reprodutiva"
"Precisamos implementar, imediatamente, políticas públicas de redução de danos e riscos para o abortamento, antes e depois de sua realização. Vale lembrar Ronald Dworkin ("Domínio da Vida"), que diz que, para aqueles que são contrários ao aborto, pode existir a controvérsia moral que lhes permite continuar a acreditar, com plena convicção, que o aborto é moralmente condenável, mas também acreditar com igual fervor que as mulheres grávidas devem ser livres para tomar uma decisão diferente se suas convicções assim o permitirem ou exigirem. Somente com a descriminalização é que a liberdade será um efetivo valor, "porque a liberdade é sempre a do outro".
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terça-feira, 17 de abril de 2007
Conexões ocultas
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Em busca de mais energia
Fritjof Capra no clássico O Ponto de Mutação:
"As raízes mais profundas de nossa atual crise energética situam-se nos modelos de produção e consumo perdulário que se tornaram característicos de nossa sociedade. Para resolver a crise não necessitamos de mais energia, o que apenas agravaria nossos problemas, mas de profundas mudanças em nossos valores, atitudes e estilos de vida. Entretanto, ao mesmo tempo em que perseguimos essa meta a longo prazo, também precisamos mudar nossa produção de energia dos recursos não-renováveis para os renováveis, e das tecnologias pesadas para as brandas, a fim de alcançarmos o equilíbrio ecológico"
James Lovelock vai na mesma direção da mudança de hábito, mas discorda de Capra quanto à substituição de energia por fontes renováveis, principalmente os biocombustíveis. Na entrevista para a Veja ele explica:
Veja - No Brasil, a maioria dos carros novos funciona com álcool combustível. O biocombustível é uma boa forma de reduzir a emissão de gases do efeito estufa?
Lovelock - Essa provavelmente é das coisas menos sábias a fazer. Para produzir a cana-de-açúcar para o biocombustível, é preciso ocupar o espaço dedicado à produção de alimentos ou derrubar florestas, que ajudam a regular o clima. Isso é contraprodutivo. É mais inteligente usar a energia nuclear para produzir hidrogênio como combustível para os carros. Alguns anos atrás, muitos cientistas achavam que o biocombustível era o caminho certo a seguir. Agora que sabemos quão sério é o problema do aquecimento global, percebemos que essa não é a melhor solução. Nós, cientistas, devemos pedir desculpas ao povo brasileiro.
Veja - Qual sua opinião sobre o conceito de desenvolvimento sustentado, pelo qual se explora o ambiente sem lhe provocar danos?
Lovelock - Acho uma idéia adorável. Se a tivéssemos aplicado 200 anos atrás, quando havia apenas 1 bilhão de pessoas no mundo, talvez não estivéssemos na situação em que estamos hoje. Agora é tarde demais. Não há mais espaço para nenhum tipo de desenvolvimento. A humanidade tem de regredir. Em algumas décadas, quem conseguir se mudar para regiões melhores, com temperaturas mais amenas, terá uma chance de sobreviver.
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segunda-feira, 16 de abril de 2007
Um trecho de A Vingança de Gaia
"...as informações que chegam de observadores ao redor do mundo trazem notícias de uma mudança iminente de nosso clima para algo que poderia ser facilmente ser descrito como um inferno: tão quente, tão mortal que apenas um punhado dos bilhões de seres humanos agora vivos sobreviverá. Fizemos essa bagunça terrível no planeta quase sempre com as melhores intenções liberais. Mesmo agor a, quando o sino começou seu dobre para marcar nosso fim, continuamos falando de desenvolvimento sustentável e energia renovável como se essas oferendas fracas pudesem se aceitas porGaia como um sacrifício apropriado e acessível. Somos como um membro negligente e descuidado de uma família que acha que um bom pedido de desculpas é suficiente. Fazemos parte da família Gaia, somos valorizados como tal, mas enquanto não pararmos de agir como se o bem-estar humano fosse tudo o que importa, servindo como desculpa para a nossa má conduta, toda conversa sobre qualquer tipo de desenvolvimento adicional será inaceitável..."
Alguns links interessantes sobre James Lovelock:
Artigo escrito pelo autor sobre o livro (em português).
Entrevista para a revista Veja e reproduzida no site Vale Verde.
Contraponto com outros cientistas. No site da BBC (em português).
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A tal da sustentabilidade
"Um dos pontos centrais de sua crítica é que, quando se incluem as externalidades na avaliação do processo produtivo, o que era eficiente pode se tornar perdulário. Hoje em dia, é visto como maravilha que o leite saia da Áustria, vá para a Itália onde será convertido em yougurte, com embalagem produzida na Alemanha e a fita em outro país (estou dando o exemplo de memória). Quando se calcula o consumo de combustíveis, a geração de carbono, o modelo torna-se totalmente anacrônico e perdulário."
Prossegue Nassif mencionando Manfred:
"Uma das posições mais provocativas de Manfred é em relação ao desenvolvimento. A partir de um certo nível de desenvolvimento, o crescimento passa a ser improdutivo para o que deveria ser o objetivo final da economia: a busca do bem estar dos cidadãos. Há uma saturação da infra-estrutura, obrigando a novos investimentos, uma busca incessante de eficiência, gerando desemprego. Mas a crítica é apenas para países desenvolvidos.Outra, é em relação à incapacidade do planeta de manter o ritmo atual de crescimento, em cima de um modelo baseado no supérfluo."
Portanto, companheiros de blog, a situação está feia e a solução passa por medidas muito mais radicais do que soluções cosméticas e, muitas vezes, marqueteiras como sustentabilidade, mercado de carbono, neutralização de emissão de carbono etc.
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domingo, 15 de abril de 2007
O que é a verdade?
"A coisa fica complicada quando se discute, por exemplo, a realidade física. O Universo, ou melhor, nossa concepção dele, mudou muito nos últimos 500 anos. Para uma pessoa da Renascença, antes de Nicolau Copérnico (1473-1543), o cosmo era finito, com a Terra imóvel no centro. O céu, a morada de Deus, ficava além da esfera das estrelas fixas. Era ela que marcava o fim do espaço. Após Copérnico e, principalmente, após Johannes Kepler (1571-1630) e Galileu Galilei (1564-1642) nas primeiras décadas do século 17, o Sol passou a ser o centro do cosmo e a Terra um mero planeta. O que era "verdade" para alguém de 1520 não era para alguém de 1650. E o universo em que vivemos hoje, gigantesco, com centenas de bilhões de galáxias se afastando uma das outras, é completamente diferente do de uma pessoa de 1650. Qual dessas várias cosmologias é verdadeira? Todas e nenhuma delas. Se definimos como verdade o que construímos com o conhecimento científico que detemos num determinado momento, todas essas versões são verdadeiras. Mas nenhuma delas é a verdade. Dado que jamais poderemos medir com absoluta precisão todas as facetas do cosmo e da Natureza, é essencialmente impossível obter uma versão absoluta do que seja a realidade física. Consequentemente, a ciência jamais poderá encontrar a verdade. O que podemos fazer - e o fazemos maravilhosamente bem - é usar nossa razão e nossos instrumentos para nos aproximar cada vez mais dessa verdade intangível. É essa limitação que enobrece a ciência, dando-lhe sua dimensão humana."
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Aborto em plebiscito
"... Discussões sobre o aborto são sempre difíceis, porque esse é um tema que mobiliza profundas convicções religiosas e humanitárias. Quem as tem -para um lado ou para o outro- raramente se deixa convencer pelos argumentos da parte adversária.É importante, entretanto, que se tragam para o debate novos elementos que transcendam à questão dos princípios. É aí que devem entrar as considerações de saúde pública..."
"... O problema das discussões principistas é que elas gravitam em torno de polêmicas insolúveis acerca de quando a vida tem início e deixam de levar em conta a realidade sanitária, que não é alterada por boas intenções ou palavras de ordem.Nem a ciência nem a religião podem dar uma resposta satisfatória e universal sobre quando começa a vida -se na concepção, ao longo do desenvolvimento fetal ou no nascimento. A única alternativa é deixar que o direito estabeleça o ponto, que será necessariamente arbitrário. O conjunto dos cidadãos e cidadãs tem toda a legitimidade para fazê-lo."
sábado, 14 de abril de 2007
Tal qual avestruzes
Uma discussão interrompida
O tao da física
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terça-feira, 10 de abril de 2007
A saga continua...
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segunda-feira, 9 de abril de 2007
24 horas x Roma
sábado, 7 de abril de 2007
A física quântica - parte 2
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A física quântica
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quinta-feira, 5 de abril de 2007
O segredo de O Segredo
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Ainda O Segredo
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Dúvidas e certezas
Vivemos em um período que eu qualifico de pré-Pasteur (ver post). Na falta de um entendimento melhor da realidade nos escondemos atrás de nossos miasmas atuais...
segunda-feira, 2 de abril de 2007
Quem somos nós
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O Segredo
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