segunda-feira, 16 de abril de 2007

A tal da sustentabilidade

Ao ser apresentado a Fritjof Capra (ver post) entendi bem antes desta recém-descoberta da sustentabilidade como nós estávamos brincando com o perigo ao poluir e destruir nossos limitados recursos naturais. Em seus livros, como Ponto de Mutação, Teia da Vida e Conexões Ocultas, é abundante a quantidade de informações sobre como agimos no meio ambiente e o que isso provoca no entorno, mesmo sem que percebamos. Ou seja, tudo o que fazemos traz uma conseqüência. Quando aumentamos a emissão de gás carbônico, provocamos o efeito estufa. Quando destruímos uma floresta, podemos causar erosão, expulsamos insetos e animais e desequilibramos todo o ecossistema. Apesar dos alertas e dos casos mostrados, Capra passa a impressão de que podemos reverter o dia do juízo final. Pensamento diferente tem o cientista James Lovelock, autor do conceito de Gaia. Em seu livro A vingança de Gaia ele alerta que já perdemos a batalha e que agora temos que pelo menos tentar minimizar os impactos negativos. Ele não acredita nesta história de sustentabilidade. Para ele, o único jeito de melhorar a situação é diminuir drasticamente o consumo e o crescimento da população e encontrar formas de energia limpa (ele defende a energia nuclear) . Lendo um post do jornalista Luis Nassif (ler aqui), revi todos os temas que são recorentes em Capra e Lovelock. Ele cita o economista-ecologista chileno Manfred Max-Neef, 70 anos, vencedor do Right Livelihood Award, conhecido como Prêmio Nobel alternativo:
"Um dos pontos centrais de sua crítica é que, quando se incluem as externalidades na avaliação do processo produtivo, o que era eficiente pode se tornar perdulário. Hoje em dia, é visto como maravilha que o leite saia da Áustria, vá para a Itália onde será convertido em yougurte, com embalagem produzida na Alemanha e a fita em outro país (estou dando o exemplo de memória). Quando se calcula o consumo de combustíveis, a geração de carbono, o modelo torna-se totalmente anacrônico e perdulário."
Prossegue Nassif mencionando Manfred:
"Uma das posições mais provocativas de Manfred é em relação ao desenvolvimento. A partir de um certo nível de desenvolvimento, o crescimento passa a ser improdutivo para o que deveria ser o objetivo final da economia: a busca do bem estar dos cidadãos. Há uma saturação da infra-estrutura, obrigando a novos investimentos, uma busca incessante de eficiência, gerando desemprego. Mas a crítica é apenas para países desenvolvidos.Outra, é em relação à incapacidade do planeta de manter o ritmo atual de crescimento, em cima de um modelo baseado no supérfluo."
Portanto, companheiros de blog, a situação está feia e a solução passa por medidas muito mais radicais do que soluções cosméticas e, muitas vezes, marqueteiras como sustentabilidade, mercado de carbono, neutralização de emissão de carbono etc.

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