quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Paixões históricas

O general americano George Patton foi um dos mais brilhantes e polêmicos militares na época da Segunda Guerra Mundial. Ele surpreendia as pessoas dizendo que em vidas passadas tinha acompanhado grandes militares, como Júlio César, e de ter participado de várias batalhas históricas. Às vezes acho que tive uma experiência parecida. Por exemplo, devo ter lutado na Guerra Civil Espanhola (1936-39) ou pelo menos vivido naquele momento. É uma das minhas pequenas obsessões. A outra é a revolução Cubana (1959).

Tenho livros, filmes, gravações sobre os dois momentos mais interessantes, na minha opinião, do século XX. O que me apaixona na Guerra Civil Espanhola é o esforço de vários voluntários de todas as partes do mundo em lutar para defender a República. Este contingente estrangeiro deu origem às aguerridas brigadas internacionais. Em nenhum momento da história da humanidade houve tal engajamento por um ideal. Vc consegue se imaginar abandonando casa, família, país, enfim, tudo, para lutar e até morrer por uma causa? Pois é. Acho que agora vcs entenderam a minha admiração.

Claro que não estou sozinho neste fã-clube. Milhares de livros e filmes já foram produzidos sobre o tema. Alguns exemplos: George Orwell (A Revolução dos Bichos) escreveu "Homenagem à Catulunha", Ernest Hemingway fez sua única peça de teatro sobre a guerra civil: "A Quinta Coluna". Ele usou ainda o conflito como pano de fundo no romance "Por quem os sinos dobram". André Malraux legou "A Esperança". O conflito teve até a participação de um brasileiro notável, Apolônio de Carvalho, que depois de lutar na Espanha foi ajudar a resistência francesa contra os nazistas. No excelente livro "Vale a Pena Sonhar" ele conta suas aventuras. No cinema, gosto muito de "Terra e Liberdade", de Ken Loach. Ele faz um belo apanhado da história e mostra como a chegada dos soviéticos acabou com o sonho das brigadas internacionais e foi um dos pontos determinantes na derrocada da República frente aos fascistas do general Franco.

Para minha alegria, uma boa e antiga obra histórica sobre o período foi lançada finalmente no Brasil. É a "A Batalha pela Espanha", do consagrado Antony Beevor (autor de Stalingrado e Berlim - 1945). Ele usa uma linguagem jornalística, mas detalha e analisa como ninguém os episódios do conflito. Já li os livros anteriores dele e comecei agora a ler este lançamento. Enfim, a cada página me vejo lá participando das batalhas. Quem sabe não estive por lá assim como Patton, em seus delírios, tinha lutado contra os cartagineses?

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