quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Mais paixões históricas

Outra das minhas paixões históricas é a Revolução Cubana. Acho fantástica a maneira como os revolucionários tomaram o poder. Principalmente quando se leva em consideração que o desembarque dos primeiros combatentes à ilha foi um desastre e só escaparam 12 pessoas. Foi a partir deste pequeno núcleo (com Fidel, Guevara e Raul) que a longa jornada até Havana começou. Eles se embrenharam em Sierra Maestra, fizeram articulações com os camponeses e conseguiram ajuda no esforço da sociedade cubana para derrubar o ditador Fulgêncio Batista.

É interessante observar como Fidel desempenhava o papel político, o articulador entre as várias facções. Em suma, o animador cultural da campanha. Outro personagem fascinante é Che Guevara. Ele começa a aventura como médico do grupo. Aos poucos foi se destacando tanto nos combates quanto com atos de coragem. E tudo isso mesmo sendo asmático...Logo vira um dos comandantes junto com Camilo Cienfuegos (um camponês brilhante) e Raul (o irmão mais novo de Fidel). Nesta época Fidel passa a comandante-em-chefe.

Uma excelente maneira de entender com profundidade esta história é ler a biografia de Che Guevara escrita pelo jornalista americano John Lee Anderson. O trabalho foi considerado uma das melhores biografias já escritas. Realmente o trabalho é impecável e ajuda a desmistificar as bobagens que são ditas por desinformados e mal-intencionados que querem estigmatizar a vitória dos guerrilheiros.

Acho que os pecados graves cometidos a posteriori pela trupe foi tentar criar o tal homem socialista (o ser humano gosta de ter coisas, possuir, lutar para conquistar melhores condições de vida), não permitir uma distensão política organizada (o que acabou entronizando Fidel no poder por décadas e instigou os EUA a manterem o criminoso bloqueio comercial à Cuba) e ter colocado no papel as estratégias usadas nos combates. A obra escrita por Guevara pretendia ser um manual para incentivar outras ações guerrilheiras pelo continente. Erro crasso. Nem serviu a este propósito e ainda deu de bandeja informações valiosas à CIA, que, com o uso desses dados, conseguiu caçar e assassinar Che na Bolívia.

Mas o que fica para mim como moral da história é que na vida temos sempre que manter um pensamento revolucionário. Isso é fundamental. É inspirador ver aqueles 12 jovens pouco armados e sem mantimentos conseguir dois anos depois chegar ao poder. É quase tudo uma questão de esforço, determinação e a busca pela realização de um sonho.


Pesquise no Buscapé o preço de Che Guevara, uma biografia, de John Lee Anderson

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