sexta-feira, 8 de junho de 2007

Deformação da opinião pública

Depois de escrever o post abaixo vi em menos de 24 horas alguns exemplos da desinformação que os meios de comunicação costumam fazer e que só corroboram a tese do raciocínio socrático de que temos que questionar sempre as informações que recebemos.

Caso 1 - Manchete de abertura do Jornal Nacional desta quinta-feira mostrava o caos nos aeroportos com pessoas fazendo manifestação no saguão e invadindo a pista. E nenhuma palavra sobre o motivo dos atrasos. Pelo tom parecia que estávamos novamente no meio de uma crise aérea. Só depois, assistindo à matéria, e lá pelo meio da reportagem, é que ficamos sabendo que o nevoeiro fechou os aeroportos de Guarulhos (SP) e de Buenos Aires, o que provocou atrasos nas saídas dos vôos. Uma situação metereológica a que qualquer aeroporto do mundo está sujeito. Mas quem liga para isso quando o tom é de campanha? É tome imagens de passageiros revoltados, discursos inflamados e a percepção de um governo incompetente que não consegue resolver a questão.

Cena 2 - Jornal O Globo de quinta-feira mostra fotos de pessoas envolvidas em "escândalos" no atual governo rodeando uma imagem do presidente Lula de costas. Mesmo que o presidente não tenha nada com os casos (muitos deles, como o do tal Vavá, não passaram de espuma...) e nem tenha sido envolvido diretamente, a mensagem é clara: Lula está cercado de "corruptos". Logo...E por que as organizações Globo estariam em campanha contra Lula? O jornalista Paulo Henrique Amorim apresenta uma sugestão de resposta em seu blog e mostra a página de O Globo com a (des)informação. Leia aqui.

Cena 3 - Manchete da Folha de São Paulo desta sexta-feira: Lula defende direito de Chávez fechar TV. Na linha fina (a linha que fica abaixo da manchete) : Presidente diz que não houve "violência" e que venezuelano pode se prejudicar ao criticar senado brasileiro. Reparem na aspas em violência. Por que enfatizar esta palavra como sendo do Lula? Para denotar que para ele não é uma violência fechar um meio de comunicação. Mas o fato, que está no texto, é que a violência a que ele se refere é que foi tudo feito dentro das regras democráticas e que é um direito do estado conceder ou não a renovação.

Enfim, como eu vivo dizendo neste blog, cuidado com as informações que recebemos. Usem o método socrático de questionamento. Só assim diminuímos o risco de sermos ludibriados como massa de manobra.

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