domingo, 27 de maio de 2007

Filosofia para o dia-a-dia

Costumo visitar a banca de jornais uma vez por semana. Normalmente aos sábados. Religiosamente compro a Carta Capital e mais alguma revista que me emocione. São raras, aliás. Duas revistas espanholas de história e a mensal Vida Simples costumam ser as poucas exceções. Às vezes levo uma Rolling Stones, a Caros Amigos, a Época Negócios ou mesmo a Época (esta mais raramente). Cansei de gastar dinheiro com revistas com pautas fracas, abordagens superficiais e muitas vezes com viés político, como a Veja e a Exame. Por isso, decidi só comprar o que me dá prazer na leitura. E a Vida Simples é uma delas. Não que adore todas as edições. Acho que há um descompasso nas pautas, o que faz alguns números serem muito bons e outros medianos. Mas mesmo assim, na média, não ofende e sempre tem algo de interessante.

Mas toda esta volta é para citar um DVD que a revista acaba de lançar. Na minha visita à banca, esbarrei no produto da Vida Simples chamado "Filosofia para o dia-a-dia". Já está à venda o primeiro número (são dois) que aborda em três capítulos "Sêneca e a raiva", "Schopenhauer e o amor" e "Montaigne e a auto-estima". Tudo baseado na obra do escritor suíço Alain de Botton, que tenta em sua trabalho levar a filosofia para o cotidiano das pessoas. Claro que por ser filmes de 24 minutos não é possível uma abordagem muito profunda, mas o pouco que oferece já é muito estimulante e vale pagar os 30 reais pedidos.

Não vi todo o DVD ainda. Consegui assistir a dois dos três capítulos. Alain apresenta o documentário e procura mostrar quem é o filósofo abordado, contextualizar a obra dentro do período em que viveu e como podemos aplicar aquele pensamento em nosso dia-a-dia. No caso de Sêneca, por exemplo, a raiva vem da nossa necessidade de querer que o mundo funcione à nossa maneira. Por isso, temos que estar sempre preparados para quando as coisas fujam do controle. Prever o que pode dar errado faz com que nossa irritação seja bem menor e não nos frustremos. No trânsito, por exemplo, saber que existem motoristas barbeiros e que a qualquer momento vc pode ser fechado por um deles elimina a raiva quando isso realmente acontece.

Ver o documentário dá vontade de ir mais fundo no tema, comprar livros, pesquisar na internet etc. O problema é que muitas vezes esta busca acaba sendo frustrante porque quem fala ou escreve sobre o tema pode não ter o mesmo didatismo de Alain de Botton e aí alguns conceitos são quase impenetráveis. Mas só o fato de o DVD instigar a querer saber mais sobre temas filosóficos já é um grande mérito.

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