segunda-feira, 28 de maio de 2007

A campanha da imprensa

O jornalista Mino Carta é um dos grandes nomes da imprensa brasileira. Fez a Veja, a revista Quatro Rodas, o Jornal da Tarde e hoje edita a semanal Carta Capital, um dos poucos órgãos de imprensa lúcido neste país. Às vezes ele é um pouco rabugento, mas o fato é que não tem igual quando exerce o espírito crítico. Atualmente ele também edita um blog (viva o blog!) e diariamente nos traz opiniões interessantes e pontos de vista surpreendentes. Hoje tomo a liberdade de publicar um post em que em poucas linhas ele desnuda a campanha que a imprensa brasileira está fazendo em relação ao presidente venezuelano Hugo Chávez e o fechamento de uma emissora de TV local. O Branas assina embaixo...

A RCTV, lá e cá
A mídia nativa elegeu Hugo Chávez como o perigo público número 1, secundado por Evo Morales. Hoje leio na Folha de S.Paulo farto material assinado por Fabiano Maissonave sobre o fim da concessão da RCTV, maior emissora de televisão da Venezuela, determinado pelo presidente Chávez. Informa o jornal que com o encerramento das atividades da RCTV, não haverá mais crítica pela tevê ao governo de Caracas. Permito-me observar que a palavra crítica soa como muito tolerante em relação à emissora e distante da verdade factual. Dentro da RCTV foi tramado o golpe de Estado que em 2002 manteve afastado Chávez do poder por dois dias, e por pouco não o assassinou. Ali mesmo, nos estúdios da emissora, os representantes da oligarquia reuniram-se para urdir o plano de típico sabor latino-americano, a contar com o apuro da mídia em geral e quatro estrelas de quepes imensos. Concessões de canais são da competência do Estado, conforme a Constituição venezuelana. Quanto à liberdade de expressão e ao exercício da crítica, há notável diferença entre a defesa destes direitos democráticos e o inextinguível propósito de conspirar contra o Estado de Direito. Aliás, observo certo parentesco entre a mídia de lá e de cá

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